- Façam greve, mesmo se percebem que andam a ser usados todos os truques para darem a entender que será em vão.
- Peçam para passar a escrito todas as “ordens” ou “recomendações” orais que vos sejam feitas e que atentem contra os vossos direitos. Usar o CPA, artigos 13º, 82º e 102º a 104º.
- Informem-se, não desanimem e não se deixem levar por bocas de quem apenas quer ajudar a confundir e dividir.
- Continuem a assinar a ILC até ela ter bem mais de 20.000 assinaturas e obrigar as cúpulas partidárias a pensar bem até que ponto estão dispostas a ir no seu vira-casaquismo.
Dia: 18 de Junho, 2018
“Reparos”, Não Servem Para Nada…
… quando quem governa vai fazer o que bem entende, revendo outra vez programas de uma forma encapotada e imponto uma “flexibilidade e autonomia” que representa o regresso a um passado que alguns ainda lembram cruzado com muita pedagogia holística e coisas bem piores.
Faltou aqui alguma coragem política para fazer a coisa voltar atrás e ser revista na sua crendice dogmática.
Não é bom sinal que cada Governo traga consigo uma reforma curricular – e esta já é a sétima – como não é que essas reformas surjam sem avaliações prévias dos regimes alterados e sejam vagas quanto aos recursos necessários para a sua execução, como sublinha o parecer negativo do Conselho das Escolas.
Uóte?
Os sindicatos – incluindo os amarelinhos daquele senhor que estava na RTP2 a ter êxtases múltiplos com o envolvimento do António Costa no acordo da concertação social – podem agora esclarecer este esclarecimento em relação às variáveis? Porque se a variável “tempo” deu no que deu, nem quero ver as restantes. Será 2 anos e 9 meses às fatias de 10% daqui até ao mais além.
E podem acrescentar outra explicação sobre a regra do OE para 2018 a que o PCP se anda a agarrar e mais aquela resolução de que praticamente ninguém já se lembra.
E é mesmo melhor o pessoal ir continuando a subscrever a ILC pois cada vez se irão descobrindo mais coisas sobre estes “compromissos” que de nada valem, apesar de nos terem andado seis meses a dizer que sim e que a “ferramenta certa” é esta.
Esclarecimento sobre negociações com sindicatos dos professores
Na sequência das afirmações do líder parlamentar do PSD, na abertura das Jornadas Parlamentares, em que Fernando Negrão acusou o Governo de ter enganado os professores assegurando uma contagem integral desse tempo, o Governo vem esclarecer o seguinte:
I. As declarações em causa não correspondem à realidade;II. O compromisso do Governo é exatamente o que consta do documento assinado entre as partes a 18 de novembro de 2017;III. O sentido do acordo está expresso claramente no texto assinado e determina que ambas as partes aceitam «mitigar o impacto do congelamento» através da definição de uma base negocial, que comporta três variáveis: o tempo, o modo concreto de recuperação e o calendário;IV. Na sequência desse compromisso o Governo negociou de boa-fé com as organizações sindicais e apresentou uma proposta para a primeira variável: o tempo;V. Esta proposta não mereceu o acordo das organizações sindicais, que não apresentaram nova proposta.

Laranja Negra
A “Nota Informativa” da DGEstE Não Chegou?
(isso não se aplica ao Básico… e, há agora, quantos serão suficientes para serem considerados “mínimos”?)
Coisas Boas e Coisas (Muito) Más
Por um lado, anda a circular um parecer jurídico, aparentemente pedido por alguns directores do concelho de Almada (Parecer Juridico NI DGEstE) que demonstra a ilegalidade da “Nota Informativa” da DGEstE.
Por outro, foi-me enviado um mail profundamente perturbador, no qual os serviços administrativos de uma escola avisam que até às 16h de hoje é necessário enviar para a DGESTE os dados relativos à greve, sob pena de este mês o estabelecimento em causa não receber o dinheiro da Requisição de Fundos de Pessoal, para pagar os vencimentos.
A Confap Quer Contratos de Associação Para Combater Greves
Quem representam os albinos&ascensões que parecem achar que os professores das escolas com contrato de associação são carne para canhão sem direitos laborais?
Desonestidade intelectual? Só mesmo para rir…
O (Des)Acordo na Concertação Social…
… dá-nos mesmo muita esperança nas negociações dos sindicatos de professores com o governo que o PCP diz ser a “ferramenta” certa para resolver problemas.
Portugal dos Pequenitos
Há que ser forte, fazer penitência e aguentar os anselmos a papaguear os 600 milhões e os raposos a confundir o que é a sociedade. Acredito que deve ter sido por terem apanhado, realmente, maus professores. Na Universidade, por certo.
ILC, Greve, Governo, Partidos, Sondagens, Essas Coisas Todas
Os últimos dias foram especialmente esclarecedores acerca de algumas estratégias políticas destinadas a preparar o OE para 2019 e a campanha eleitoral, Assim como para se perceber os caminhos da luta dos professores para recuperar (sem retroactivos, senhor PM e jornalistas que deixam outros escapar com essa conversa) o tempo de serviço que efectivamente prestaram.
A combinação entre estes dois temas não é casual, pois o actual PM tem feito questão de usar, como um seu antecessor, os professores como uma espécie de bodes expiatórios das necessidades de contenção orçamental, faltando à verdade sobre aspectos fundamentais como os encargos reais dessa recuperação ou a “equidade” de tal medida. Perante o deslize contínuo nas sondagens, que corresponde no tempo à escalada do conflito com os professores (com os professores, note-se, não com os sindicatos, que esses são apenas os representantes legais dos professores em negociações, mesmo se muitas vezes se esquecem disso), a estratégia do PS tem sido a de dramatizar o conflito para, com ancoramento numa fortíssima presença mediática de opinadores favoráveis, “ganhar a opinião pública”. O passado já lhes deveria ter ensinado alguma coisa, mas são notoriamente maus alunos (o que pode explicar a animosidade para com os docentes).
Tentemos ser claros e concisos: os professores sabem que este clima de conflito tem uma dupla natureza: a que se desenvolve a partir de dentro da própria classe docente há muito tempo e que foi deixada em banho-maria durante dois anos pelos seus “representantes” e a agenda político-partidária decorrente dos resultados das eleições autárquicas de 2017 com vista às legislativas de 2019. Só alguém muito ingénuo acreditaria que certos protestos inflamados surgem de inflamação própria e não induzida.
Aliás, o sucesso da greve do S.TO.P. apanhou de surpresa, em primeiro lugar, os restantes 22 sindicatos no seu “respeitável” remanso e só em segundo o ME que nem se preocupou inicialmente em verificar todos os detalhes da pré-aviso só na segunda semana reagiu de forma desastrada e prepotente.
Os professores sabem ainda que do seu lado, como em tempos passados, têm pouca gente nas elites próximas do Poder e ainda menos junto do Governo. A equipa do ME tem agendas pessoais próprias ou nem sabe se tem agenda alguma. Limitam-se a “ser Eurogrupo”. Os partidos políticos defendem posições tácticas que simulam divergências inexistentes. PSD e PS pensam mais ou menos o mesmo sobre este assunto. O CDS anda lá perto. O PCP nunca fará algo que coloque em causa o sacrossanto papel da Fenprof e do seu líder. O Bloco tem andado perdido pelas questões fracturantes, sem perceber qual é exactamente o seu eleitorado fora das Avenidas Novas e de algumas tertúlias urbanas.
A generalidade dos professores – com excepção de algumas criaturas que se tornaram deputadas e despem logo a camisola e apagam fotos em que possam ter aparecido junto a cartazes em 2008-09 – sabe que o Parlamento lhe é hostil. E a Comissão que está a promover a ILC sabe que de palavras anda tudo isto cheio há anos e que se a Iniciativa for a votação, nos termos claros e objectivos em que está, o mais certo é ter o PS a votar contra, o Bloco a favor, e os restantes (mais ou menos a aliança anti-eutanásia) a abster-se como Pilatos. Como já se percebeu por declarações de ontem.
Mas é assim que as coisas se esclarecem.
No xadrez, por vezes há que fazer jogadas em que se perdem peças, visando o objectivo final de ganhar o jogo. E não ganha necessariamente quem tem mais peças, mas quem as sabe mover ou obrigar o adversário a sair da sua zona de conforto.
Neste momento, sinto-me – enquanto um dos promotores da ILC (que vai em 20.500 assinaturas muitas semanas antes do final do prazo) e apoiante da greve que se inicia – numa posição muito confortável, porque é clara e coerente. Mas vejo muita gente em evidente situação de desconforto e incoerência, em acelerado ziguezaguear desorientado. Certo… um político como os que temos não se preocupa muito se vota isto num dia e o contrário no outro. Ou se há operacionais que demonizam e tentam bloquear uma Iniciativa Legislativa num dia e levam com ela na testa no outro.
Mas… o passado recente demonstra que esse tipo de comportamento invertebrado nem sempre escapa impune. E até há sondagens que começam a demonstrá-lo.