As Artes E O Novo Tele-Currículo Digital

Estive a reparar que na grelha  estão previstos dois segmentos para as vertentes artísticas e tecnológicas das Expressões todas misturadas do 1º ao 9º ano. Portanto, Educação Musical, Educação Visual e Educação Tecnológica que se cuidem que no futuro Currículo Digital serão enviadas para o olvido. Até que gostava de saber o que acha disto aquele colega muito amigo do poder que preside a uma associação que diz amén a tudo e ainda manda bocas a quem desalinha. E com isto, concorda? Ele não conseguia gravar umas aulas magistrais adequadas, pelo menos, a cada ciclo? Se hã disciplinas em que o ensino à distância (imagem e som) melhor poderiam ser explorados no sentido de desenvolver aquela parte do sentido estético que aparece no famigerado “Perfil” são as de Educação Visual e Educação Musical. Mas…

Pelo menos, assume-se o que é considerado “essencial”. Artes? Nem por isso… só se for para consumo pessoal. Não inalando, claro.

Pintura

 

9 opiniões sobre “As Artes E O Novo Tele-Currículo Digital

  1. Infelizmente no nosso país nunca se valorizou as Artes no currículo. Há excepções. Lembro-me no 8º ano de ter a Professora Olívia Fletcher a Educação Visual; dava-nops auls muito viardas para a estética, reproduzirmos os objectos, levava-nos aos museus para conhecermos as obras dearte de pintores portugueses e internacionais, esculturas.. No antigo 1º e 2º anos do Preparatório, 1981/ 82, achei estranho ter aulas de Música e não aprendermos a tocar um instrumento. A Professora de Música era estudante no conservatório. Deveria ser 8 anos mais velha do que nós.E quando entrei para o 7º ano Unificado, ainda mais perplexa fiquei por não haver continuidade na disciplina de Música. Tínhamos Trabalhos Oficinais (Mecanotécnia, Eectrotécnia, Tapeçaria e Práticas Administrativas.) Gostei da Professora que era alentejana e ensinou-nos a fazer o bordado de Arraiolos.Os pais construiram o tear.
    E após ser aluna e continuar na Escola, agora como Professora, tudo continua na mesma como a lesma. Páscoa feliz.

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  2. Falta tb a aulas de informática.
    Pelos vistos os putos já são bue tecnológicos.

    Ok… Não aprendem, mas ok, eles é que sabem, eles mandam.

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  3. Das duas uma: ou somos todos artistas ou as artes só pertencem a uma elite! Na era da imagem, do som, da multimédia, este olvido só pode ser uma brincadeira! Todos à sua maneira manipulam a imagem, o som, os pictogramas (vd os vulgo emoji)… É, aquilo que está debaixo do nosso nariz não se enxerga. Bom… Será de presumir que como professores e alunos vão fazer documentos multimédia, estes já incluem aspetos compositivos, cromáticos, legibilidade, criatividade e por aí fora… isto já contemplará implicitamente EV, ou quiçá, por essa razão as TIC também foram olvidadas (pois vai tudo ficar um craque). Tão sábios!!!

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  4. Não haverá espaço para umas aulas de fitness ministradas pela Luciana Abreu? Ela tinha imenso talento naqueles programas infantis, no início da carreira. Os pais não largavam a televisão.

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  5. Caro Paulo:
    Atrasado, mas sempre a tempo, antes que o colega Filinto Lima (não te zangues!) me coloque no índex dos maiores de sessenta.
    E não se cale, pois é hoje a única voz autorizada (de autoridade de autor) que representa verdadeiramente os Professores “INFERIORES”.
    Por fim um pedido pessoal, que espero não considere abusivo. Dê um Grande Abraço, quando puder, ao meu Amigo Vitor Fernando Barros. E o meu contacto, se ele quiser. Há anos que não nos vemos. Obrigado.

    Será que “aquele colega muito amigo do poder que preside a uma associação que diz amén a tudo” é um senhor chamado Carlos Gomes? E esta figurinha é aquela pomposa personalidade que segue o Dr. Oliveira Martins na famosa lista de especialistas que produziram o “perfil do aluno”? Este marmanjo ouvi e vi, ao tempo da P.A.F. (Pobreza À Frente!), na antiga Cerâmica Campos em Aveiro e na Escola Secundária de Vila da Feira, verter “lágrimas de crocodilo” pelo fim da E.V.T. e do Par Pedagógico! Pois não é que o artista tinha já os “manuais” das “novas disciplinas” de E.V. e E.T. preparados, e que divulgou imediatamente à sua generalização!?!
    E que dizer dos “especialistas especialmente especializados” que pariram a vergonha e a miséria intelectual dos “programas” das modernaças novas disciplinas? Serão estes “avençados” dos sucessivos poderes as luminárias que António Sérgio de Sousa chamava de “pífias elites” que nos governam? É desta estirpe de gente, bem acompanhada por muito extremosas e obedientes “lideranças”, que o povo costuma dizer que “rosnam para baixo” e “abanam o rabo para cima”!
    Na faixa etária a que reportam estas áreas do currículo de ensino básico (dos nove aos doze) não seria sensato o lema de Vygotsky, segundo o qual “a aprendizagem promove o desenvolvimento” e manter a relação de atendimento anterior ao economicismo pafista (e socretino, não esqueçam), redefinindo a concepção fragmentária do conhecimento e seguir o ponto de vista do Professor João Alpiarça, com cerca de quarenta anos, e que propunha o que designou como Educação Manual e Visual?
    Quanto ao perfil, apenas conheço o plural, “os perfis”, da fábrica, da aciaria, já que frequentei o Ensino Secundário Técnico: Perfil U, I, H, Carril, circular, triangular, quadrangular, etc. Mas a Escola não é uma fábrica, é uma instituição cuja finalidade é melhorar o Homem! Como afirmava a saudosa colega Amélia Pais, no inicio dos anos setenta do século passado, na revista “O Professor”: «antes de saber o “como”, é fundamental saber-se o “porquê” e o “para quê” ensinar»!
    Já agora, tentando concluir, falemos do “paradigma”, vocábulo tão humilhado e ofendido que talvez faça Thomas Kuhn rebolar-se na tumba, e acrescentemos um pequeno estímulo à forrica verbal que por aí abunda, sugerindo um mínimo de “coragem fracturante” para que o dito tombe do pico de vertigem em que se encontra: decretem-se aulas de dez minutos e intervalos de trinta. E o “novo paradigma”, ancião vetusto de túnica novíssima e em tempos de pós-verdade chegue, vitorioso, trauteando a cantilena: “pela ignorância marchar, marchar”!
    Dizia Condorcet, homem da Revolução Francesa, como sabemos, que “nenhum poder quer que o Povo se instrua”. E estava certo!

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