A Relação Impossível

Há quem ainda não tenha a noção exacta da animosidade visceral que grande parte das elites do PS têm aos professores por causa do que se passou em 2008 e 2009. Acham que certas falinhas mansas são para levar a sério e não entendem que foram apenas para adormecer as coisas até tudo ficar controlado. Não entendem – parece que não lêem o que certas figuras ligadas ao PS estão a escrever de novo sobre a classe docente – que os porfírios detestam os professores que não alinharam com a MLR e o seu séquito de armandinas e afins. Só quem não percebe um adãoesilva é que não entende isso ou quem não leu aquele senhor que tirou muito tempo fotografias para o expresso e que grunhou um texto no fbook ao nível de um mst ou sobre nós (“tirando as honrosas excepções que felizmente há sempre, mas que pouco valem num terreno onde a burocracia, o carreirismo, a inveja entre professores, a arrogância na forma de estarem, que começa com aquela coisa ridícula de se deixarem tratar por doutores. É uma classe confusa, cansada, que têm o emprego assegurado para a vida e que se acham insubstituíveis e onde a antiguidade é um posto, como na tropa.”)

Sim, o pessoal da PaF tinha um desdém sem fundo pelos professores, que consider(av)am um grupo semi-profissional de esquerdistas inúteis (alguém ainda se lembra da metamorfose do ramiro quando lhe derem o osso do vocacional?), sem valor para chegarem a assessores, empreendedores ou consultores (tipo guiné equatorial, angola ou dubai, tudo regimes liberais). Mas não foram eles que inventaram o congelamento, os titulares, as quotas para a progressão, a add, a pacc. Quem fez tudo isso foi o PS e o que está no poder ainda não se desligou por completo da herança do engenheiro, da festa da Parque Escolar, apenas atirou certas coisas para debaixo da alcatifa dos corredores dos ministérios e vestiu roupagens novas, para esconder velhas pendências adiposas, e detesta quem lhes fez frente há uma década. Podem, daqui por uns meses, decidir se querem manter o bloco e o pcp pela trela ou se preferem voltar ao bloco central das negociatas, sempre com olho em nova maioria. Mas isso será apenas táctica.

spin

(a equipa do ME é constituída por inexistências políticas em 2008, mas chegaram ao poder exactamente devido à falta de passado, para dar a cara e nada decidir, excepto o regresso à ideologia da velha escola moderna na figura do secretário costa, a que muita gente adere porque parece bem ou já nem quer saber… porque fala bem e tal. Que negociadores experientes e radicais tenham engolido isto quase dois anos e meio é obra, há que reconhecer…)

12 opiniões sobre “A Relação Impossível

  1. Totalmente de acordo.
    Mas não é de surpreender que os chuchialistas detestem os professores: só os alunos inteligentes apreciam os seus professores, os estúpidos culpam sempre os professores da sua própria estupidez e fracassos.

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  2. Gente “velha” apesar da boca cheia de novas tecnologias, flexibilidades e muitas inclusões;sem escrúpulos e vingativa, que odeia os professores; gente bem escudada em outra gente sem memória (alguns também professores) e sem tomates; com escribas domesticados em diários e hebdomadários; com forte apoio em muitas direcções, sindicalistas colados à cadeira e candidatos aos vários lugares na prateleira do pechiché: direcções gerais, “formadores” profissionais, desporto escolar, associações diversas…
    Da minha parte, estes seres viscosos não levam nem mais uma vírgula!

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  3. Muito bem !
    Apenas verdades na análise do Paulo.
    Subscrevo e aplaudo !
    Triste,muito triste mas é a realidade.O nosso fado.
    Conseguiram dividir e lixar tudo e todos.
    Odeiam mesmo os professores.

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  4. Conseguiram dar cabo da carreira docente, do respeito pelo esforço dos professores, do reconhecimento do enorme trabalho que se faz em prol dos alunos e encarregados de educação, mas sobretudo, pior muito pior conseguiram estragar a vida às gerações futuras que não tendo dinheiro, também já não têm uma escola que os prepare para os desafios que terão que enfrentar! Mas, eles sabem disso!

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  5. O PS é uma praga! É composto por gentinha que não é carne nem peixe. Um bando de oportunistas sem valores, para os quais vale tudo desde que eles próprios fiquem a ganhar. Sócrates, Vitor Constâncio, porca Rodrigues…e este Costa alinhou sempre com eles. É nesta escumalha que os professores querem confiar? Vão mesmo votar neles?

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  6. “É impossível refazer a história com uma recuperação das carreiras” – disse António Costa. Recordam-se?

    As declarações do presunçoso Costa não são problema de glândulas salivares, é atitude e pensamento político.

    Volte o PS a ter maioria e estará na calha um upgrade da MLR. Contam as “más-línguas” que uma certa senhora já estará a fazer o tirocínio. Boa preparação técnica-jurídica e dura nas negociações. Comentam…

    (só faltou recordar o Sr Dr Inqualificável Confap)

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  7. É agora ou nunca que PCP e Bloco mostram de que lado estão. Estão do lado dos Professores e forçam o governo ou estao do lado deles e contra os Professores? Querem o nosso voto ou não? Decidam-se!

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  8. posso dizer que conheço alguns PSs da “máquina” e o que me disseram na altura, decerto não mudaram de opinião. Gente perigosa, reles, hipócrita e destruidora. Não se pode confiar neles.
    os PAfiosos são iguais mas esses já sabemos à partida que são escumalha e pelo menos, não se escondem com falinhas mansas. São piores do que os PSs mas não enganam ninguém.

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  9. Exactamente.
    Eu sou de Esquerda. Independente, mas de Esquerda. O PS mete-me nojo. Porque da direita nada de bom se pode esperar. Mas estes nojentos do PS, dizem-se de Esquerda e têm práticas piores que os da direita.
    E ainda há Professores (supostamente uma classe esclarecida…) que votam nessa gentinha asquerosa? Eu preferia ser atropelado por um camião. Um camião carregado de legislação sobre o vómito da “flexibilização”…

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    1. A propósito do “supostamente uma classe esclarecida…”, numa coisa essa gente tem razão e o Paulo apontou-o muito bem: se fôssemos uma classe realmente esclarecida, e não apenas supostamente, já há muito que os tínhamos mandado todos para a outra banda.

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      1. Pois. Tem razão. Mas eu não queria pensar que, quando entro na sala de Professores, estou rodeado de estúpidos/as. Prefiro pensar que talvez não seja bem assim…

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