Até Que Ponto Vale a Pena?

Defender os direitos de quem aparece para o cafézinho das 10 ou o cigarrito do meio dia? Que se queixa e tem imensas opiniões, mas intervenção nula na resolução de problemas concretos? De quem ocupa cargos para se sentir bem, mas não para se responsabilizar pelo que falha?

Sim, há dias em que se duvida do esforço colocado em animar uma iniciativa para que todos possam recuperar uma carreira. Incluindo quem espera que os outros façam, que os outros resolvam, que os outros saibam e expliquem. Há quem o mereça, mas há quem nem por isso.

Mas, pelo menos, recuperando os quase dez anos de serviço, pode ser que algumas pessoas possam ir à sua vida, com um mínimo de dignidade material. E deixem de ocupar espaço, atrapalhar, fazer parte do problema, abster-se de intervir deixando tudo a quem ainda acha que há serviços mínimos de funcionamento (mesmo que seja para ouvir bocas).

Sim, há dias em que apetece descrever o quotidiano real, contra as reservas sempre colocadas em relação a esse tipo de diário. Mas, de petizada descontrolada por completo desnorte parental, e que por isso acha que tudo pode fazer, a malta com pós-graduação em conversa de esplanada ou doutoramento em chá e bolachinhas, há dias em que apetece mesmo fazer o retrato de certas criaturas que, se não se mexem, ao menos não atrapalhem.

ilc recuperar tempo serviço 12K

29 opiniões sobre “Até Que Ponto Vale a Pena?

  1. Há uns anos tentaste através de um advogado( Garcia Pereira, se a memória não me falha) reverter as decisões tomadas pela Mª de Lurdes Rodrigues. Certo? Lembro-me de ter comparticipado para o pagamento dessa opinião jurídica (não me lembro do nome que se dá a isso). Não poderíamos fazer o mesmo novamente? ou tentar o Tribunal europeu do trabalho? ( também não faço ideia de como seria o processo) .

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    1. #Rosa Ribeiro,
      Eu também . Velhos tempos…e mexeu com muita,muita coisa,chateou e não foi pouco. Mas acabou tudo em pizzas. Os grandes defensores só têm enterrado a classe .Há tanto tempo. Querem é quotas , é o que penso …e o que senti nesses tempos idos.

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      1. Maldita noite. Fiquei até tarde para ver o resultado e só me deu vontade de partir tudo. No dia seguinte( mais dia menos dia) saí do sindicato.

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  2. Tal e qual o que sinto! De qualquer forma ainda não desisti e tentei divulgar o mais possível, mas há colegas que nem à 3.ª explicação conseguem entender nada!

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    1. Concordo. Temos colegas burros mesmo. Por isso o ensino está como está. Contra factos não há argumentos.
      Em tempos idos (10 anos) um “comentarista” da nossa praça dizia, a propósito da manifestação, que não queria alguma daquela gente para professores dos seus netos. Pois, por muito que me custe, sou obrigado a concordar com ele nesse ponto.

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  3. Na minha escola já muitos colegas assinaram. Sei de fonte segura que os sindicalistas da FENPROF aconselharam os colegas a não votar. Usaram os mesmos argumentos de sempre. Ontem ouvi a audição do senhor ministro, acompanhado pela subdita, a tal a quem Marques Mendes prevê um grande futuro no PS. Lembram-se da outra, Aquela senhora de há 10 ans de forma semelhante? Será que o Costa teria essa coragem? Pelo que ouvi ontem da boca dos deputados do PSD, do CDS,do BE e do PCP caso a ILC vá a votos estes partidos irão aprovar a proposta. Apenas o PS está contra!!

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    1. Duvido. Já repararam que não temos oposição? O Rio anda calado que nem um rato. PSD NADA! Não existe. O CDS? Andavam muito preocupados com Angola, isso sim. BE e PCP, apesar de o Costa andar a gozar com eles todos os dias, parece que gostam da humilhação… Podem dizer adeus às poucas câmaras que lhes restam nas próximas autárquicas.

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      1. “BE e PCP, apesar de o Costa andar a gozar com eles todos os dias, parece que gostam da humilhação”
        Um pensamento muito básico, vai desculpar-me.

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  4. Os pareceres do Garcia Pereira mexeram com alguma coisa, mas não conseguiram levar a inverter políticas que tinham muitos apoios fora do PS, no PSD e não só, que adoravam a Maria de Lurdes Rodrigues.

    Agora… estamos a entrar num jogo mais estritamente político, seguindo as regras da participação cívica.

    Ao contrário de umas críticas, a ILC não levaria a qualquer aumento do OE para 2018 e para 2019 ainda não há valores.

    Ao contrário de outras, forçaria a uma clarificação que as sucessivas “rondas negociais” com o ME não têm conseguido (nem conseguirão, penso eu de que…).

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  5. No site do parlamento o “recurso” está em paredeiro desconhecido… Estava para assinar, registo feito e dei-me com isto “Recurso não encontrado O recurso que procura não foi encontrado. Por favor tente mais tarde.” E esta?

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    1. Digo “paradeiro”. O link deste post ia direto para as petições. Tive de ir ao 2º separador “Iniciativas legislativas” para encontrar a ILC que queria (e por enquanto a única que por lá está). É só estratégias….

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  6. Esse erro é comum no sites. O site está super mal feito.
    A solução muitas vezes é essa mesmo “ir ao 2º separador “Iniciativas legislativas” “

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  7. Pois, também já me questionei se vale realmente a pena…

    Não seria de esperar uma adesão significativamente maior por parte dos professores, decorridos já tantos dias? O que são as 20.000 assinaturas necessárias quando comparadas com o número total de 140.000 professores? (mais coisa, menos coisa…), se quisermos pensar só em professores e ignorarmos que qualquer cidadão pode assinar a petição…

    Seria, claro que seria!

    Não adianta “taparmos o sol com a peneira”: a classe docente (salvo raríssimas excepções) encontra-se inerte e apática, como que anestesiada…

    O espírito crítico e reivindicativo não sai, na maior parte das vezes, do sofá ou da mesa de café das Salas de Professores e , quando se faz, é quase sempre em surdina, quase a medo… E isto é válido tanto para o que se passa dentro das próprias escolas como para o que se passa fora delas…

    Os “velhos”, talvez porque achem que já não têm nada a perder e portanto não vale a pena; os “novos” talvez porque ainda não se sintam como elementos efectivos de uma classe profissional e portanto não vale a pena; os “do meio” talvez porque olhem para os restantes e pensem: “se eles não se importam porque me hei-de eu importar?” e portanto não vale a pena…

    Lamentável, sem dúvida… apesar de não nos podermos esquecer do contributo fundamental que a tutela, na figura de vários ministros da educação, deram para que tal viesse a ser assim.É só recordarmos, por exemplo, o clima de perfeito terror vivido nas escolas no tempo da “Lurditas”…

    A presente iniciativa, dirão alguns, “vale o que vale”… Pois sim, será verdade. Mas para mim, enquanto cidadã que ainda acredita que vale a pena lutar por aquilo em que acredita, vale muito. E nem sequer sou professora…

    Gostaria que os próprios fizessem um pouco mais por si, a bem da cidadania, da democracia e do espírito livre…

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  8. Digo:

    Mas para mim, enquanto cidadã que ainda defende que vale a pena lutar por aquilo em que acredita, vale muito.

    (Desculpem, mas não escrevi o comentário um pouco à pressa, sem rever o texto…).

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  9. Matilde, concordo na totalidade com o seu texto. Sem desrespeito para com as mulheres, e digo isto pelo que vejo no meu agrupamento, a escola está cheia de mulheres que se pudessem dormiam na escola, mulheres que levam o tempo em quesílias e guerrinhas internas, mulheres que acham que assinar uma ILC é coisa de gente atrasada, que é coisa do povo, que elas são seres superiores, que ganham muito bem e que com o que têm e com o que os companheiros ganham, chega para ter uma vida descansada. Mais uma vez reforço que nada tenho contra as mulheres, apenas vejo, salvo muitas exceções, que as colegas nas escolas que são em maioria, desistiram de lutar por uma carreira, pelos seus direitos. Cerca de 70%, talvez mais, dos docentes são mulheres. Não quer dizer que não existam homens também nestas condições. Veja-se o caso dos enfermeiros, cerca de 80% são mulheres, no entanto quando lutam, lutam mesmo1

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    1. Pois… eu fui à Manifestação, apesar de não ser sindicalizada. No meu autocarro, só iam 3 professores. Da minha escola, só foi um elemento do género masculino. Não me parece que seja uma questão de género.
      Cada um trata da sua “vidinha”, ou nem isso. Há colegas que não sabem qual é o seu escalão, nem qual é o seu índice, nem isto, nem aquilo.
      Já enviei o documento – ILC – por correio interno várias vezes. Alguns colegas assinaram, mas a maior parte não assinou.
      Sei que há medo, mas também uma enorme ignorância e indiferença.
      Os colegas que já estão no topo da carreira desde os 52 anos, mais coisa, menos coisa, foram presenteados com mais um degrau.
      É que isto não toca só na nossa vida “activa”, e há muita gente que se esquece das contas para a reforma.
      Não entendo, como pode não criar uma profunda indignação que exista uma “carreira” só para alguns.
      O que foi assinado serve para quê? Serve quem? E por quê?
      Mesmo com uma reforma aos 67 anos e sem travões pelo caminho, sem descongelamento, ninguém chega nem ao topo, nem ao pré-topo.
      Só os mais sérios entendem que é um problema que diz respeito a todos. Se mais não fosse, por uma questão de decência, esse arcaísmo.
      E depois lá vai toda a gente ensinar cidadania.

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  10. Resumindo, caros colegas, o texto a comentar não se aplica só à apatia no que respeita a esta Iniciativa Cívica.

    Todos os casos evocados aplicam-se a todas as outras formas de luta – de professores, de professoras, de mais novos, dos do meio e dos mais velhos.

    Uma espécie de mixórdia profissional de greves e de lutas que não se fizeram , sempre derrotados à partida com o não vale a pena e os eles são todos iguais e o isto não vai dar em nada (como depois cada um/a demonstrará e repetirá “eu bem vos avisei”) e que se aproveita como auto-elogio , como um afago ao ego, uma vingança que se serve fria, uma cobardia , tudo regado com ignorância e desonestidade, do diz que disse e do que ouviu nos “bastidores” ou em fugas de informação que se jura serem verdades.

    Com recursos humanos destes, querem mesmo o quê?

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  11. F, ressalvei que não pretendia ser desrespeitoso para com as mulheres. Se ofendi alguém as minhas sinceras desculpas. Mas acredita que cada vez que falo em greves, lutas, ILC ou coisa semelhante, há um grupinho que me olha com muito desdém e me dizem logo, já lá vem outra vez!!

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    1. Não vejo a questão como ser-se ou não desrespeitoso para com as mulheres e não me senti ofendida.
      O argumento, baseado no género, não é verdadeiro.

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