Manifesto – Pela Verdade dos Factos
Como Professores, membros da comunidade educativa e autores de diversos espaços de discussão sobre educação, temos opiniões livres e diversificadas.
Porém, não podemos ficar indiferentes quando está a ser orquestrada uma tão vil e manipuladora campanha de intoxicação da opinião pública, atacando os professores com base em falsidades.
Tais falsidades, proferidas sem o devido contraditório, por membros do Governo e comentadores, deveriam ser desmontadas com factos e não cobertas ou reforçadas pelo silêncio da comunicação social, que deveria estar mais bem preparada para que a opinião pública fosse informada e não sujeita a manobras de propaganda.
Serve este manifesto para repor a verdade dos factos:
- O Governo, pelo Ministério da Educação, a 18 de novembro de 2017, assinou um acordo com os sindicatos de professores, onde se comprometeu a recuperar todo o tempo de serviço. É, por isso, falso que essa intenção seja uma conspiração da oposição ou resulte de uma ilusão criada pelos sindicatos de professores.
- A recuperação total do tempo de serviço também foi proposta pelo PS. O PS, em dezembro de 2017, recomendou a total recuperação do tempo de serviço, conforme se pode verificar no diário da república (Resolução da Assembleia da República n.º 1/2018). É, por isso, falso que o PS nunca apoiou a recuperação integral do tempo de serviço congelado.
- Os valores apresentados pelo Governo sobre o custo da recuperação do tempo de serviço docente são falsos. Foi prometida há perto de um ano uma comissão para calcular os custos reais e até hoje não conhecemos o resultado do seu trabalho. Os números reais que estimamos, líquidos, rondam os 50 milhões de euros anuais, caso se opte pela solução da Região Autónoma da Madeira, de recuperar os 9 anos, 4 meses e 2 dias, no prazo de 7 anos. O Governo já apresentou por diversas vezes contas inflacionadas, com totais baseados em médias erróneas. Um grupo de professores verificou-as e constatou, segmentando os dados, a sua falsidade (https://guinote.files.wordpress.com/2019/05/contas-942-num-ano-2019-e-em-7-anos.xlsx). Ora, uma mentira dita muitas vezes nunca se transformará em verdade.
- A recuperação dos 2 anos, 9 meses e 18 dias em 2019 foi proposta do Ministério da Educação. Aliás, um recente decreto-lei do governo, que ainda aguarda promulgação, apresentou a possibilidade a todos os professores de recuperar parte desse tempo já em 2019. É, por isso, falso que o Governo não tenha verba no orçamento de 2019 para recuperar parte do tempo de serviço congelado. E, se o decreto do Governo é constitucional, então qualquer lei que a AR apresente, afirmando algo semelhante, também será.
- A recente proposta aprovada na Comissão da Educação não altera um cêntimo ao Orçamento de Estado de 2019. O orçamento de 2020 ficará a cargo de próximo Governo, ainda por decidir nas próximas legislativas.
- A proposta que tanta perturbação criou ao atual Governo e seus seguidores mediáticos nem traz nada de especial: a negociação continuará, ficando apenas assumido que, em parcelas e gradualmente, os 9 anos são para considerar na carreira (e não “devolver”, termo que cria a ilusão falsa de que se vai pagar o que ficou perdido para trás e que nunca ninguém pediu). Os professores perderam milhares de milhões com os cortes salariais durante a crise financeira, mas é falso que seja recuperar isso que está a ser discutido. O que se discute agora é se o tempo de trabalho efetivamente prestado desaparece (ou não) da carreira dos professores.
- O Primeiro- Ministro, na sua declaração de eventual e coativa demissão, falou em falta de equidade e que a votação parlamentar punha em causa a credibilidade internacional. Lembre-se que mesmo as contas inflacionadas do Governo apontam apenas para um acréscimo no défice de 0,2 a 0,3 pontos percentuais. Quanto à credibilidade internacional, não foram os salários dos professores e restantes funcionários públicos que levaram a uma intervenção por parte da Troika. Aos bancos, que agora se descobre que foram causa primeira do descalabro financeiro, por via de empréstimos e investimentos ruinosos, nunca é contestado qualquer capital para novas injeções financeiras, nem se alega falta de credibilidade internacional por se continuar sem apurar responsabilidades.
O passado mostra que não se ganham eleições a vilipendiar um dos grupos profissionais mais estimados pelos portugueses. Nem repetindo falsidades para amesquinhar um grupo profissional que tem mostrado dignidade na luta, na adversidade e na solidariedade com o todo nacional.
Mas isso não anula a verdade simples: os portugueses em geral, mesmo os que não conseguem passar a barragem da comunicação social para se expressar, respeitam e compreendem os professores e não vão ser enganados por políticos que acham que, com barulheira e falsidades, se faz mais uma habilidade para evitar desgraças eleitorais.
Há coisas mais importantes que contar os votos da próxima eleição. Uma delas é o respeito pela verdade e pela dignidade de uma classe profissional que todos os dias dá o seu melhor pela formação dos futuros cidadãos.
Portugal, 6 de maio de 2019
Subscrevem (por ordem alfabética):
Pela minha parte, está subscrito!!
O meu sincero OBRIGADA a quem roubou mais uma vez tempo da sua vida pessoal (sem mordomias, sem ajudas de custo, sem prémios salariais por trabalhar horas e mais horas extraordinárias, sem motorista particular, sem saco azul, etc.!) para tentar repor a verdade e o rigor dos factos!
Tivéssemos nós uma classe política com um terço da ética, espírito de missão e integridade como tem a classe docente!!
Que ponham os olhos nos bons exemplos e que sejam capazes de aprender positivamente alguma coisa!
A todos um forte e grato abraço! 🤗🤗
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Muito obrigada ao Paulo e a todos os que o encorajam.
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Perante esta avassaladora verdade dos factos, não tenho comentários. Ainda assim, espero que a verdade venha ao de cima como o azeite
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Professores são segundos educadores de nossos filhos, com eles aprendem a ter seu próprio futuro. Pagar tudo a queceles têm direito!!
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Pela minha parte está subscrito. Mas só uma coisa – Vamos pedir domingo em manif. em Lisboa que BE e PCP aceitem abster-se quanto à votação na especialidade. O feitiço virava-se contra o feiticeiro:
Saúde a todos – Até ao lavar dos cestos é vindima!!!!!!
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Que a verdade seja divulgada!
Bem hajam!
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A Verdade Sempre!
Obrigado!
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Que se divulgue! Embora a verdade, nos dias que correm, faça pouco efeito. As pessoas lêem aqueles que reforçam as suas crenças prévias e os professores encontram-se divididos. Basta ler o que se diz pelo facebook para nos darmos conta que a situação não é fácil. Se “pensar é perigoso”, como dizia H. Arendt, eu acho que não pensar é mais perigoso ainda. Mas tudo o que se ouve saído dos políticos, tudo o que se vai repetindo e propagando são ideias para que não se seja capaz de pensar. Já não suporto. Ouvi o Costa na Antena 1, na sexta e bastou. Estou indignada. E continuo convicta que o plano está de há muito traçado e vale tudo para o levar a cabo. Não há limites. A verdade é um valor intelectual, não é um valor político. O discurso da ausência de alternativa está aqui de novo. Louvável a atitude e a ação dos colegas.
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Pela verdade e pela liberdade eu também subscrevo.
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Onde se assina? 🙂
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Para divulgar.
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Perante tudo isto os professores não podem parar… Há que lutar até ao fim…
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https://www.dn.pt/opiniao/opiniao-dn/ferreira-fernandes/interior/costa-e-a-derrota-da-perlimpimpinagem-10866098.html?fbclid=IwAR0hYNL6E6Qybc2Cg4s8dcmh6C5eYEHIxcKKB3wKdNF1mpnvp3OgnlRpiAw
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O FF mente, claro, mas pode ser alguma senilidade já não tão precoce:
“Expliquemos o que isso significaria. Ao contrário dos filhos de deuses menores, os professores têm um critério de progressão na carreira que os leva ao topo só com o passar do tempo.”
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Obrigada!
Uma lufada de ar fresco no meio deste lamaçal.
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Subscrevo, apoio, assino e tudo.
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Bravo! E parabéns também pelo eco conseguido em alguns media importantes.
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Um muito obrigada a todos vós pelo trabalho, pelo tempo, pela persistência e pela reposição da verdade.
Vou reencaminhar para todos os meus contactos!
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Muito bem!
E saúda-se mais uma iniciativa que promove o exercício da Cidadania!
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Bom dia a todos,
Ser professor comporta um papel de grande responsabilidade social..
Pergunto quem daqui fez uma leitura objetiva dos documentos em que este manifesto se suporta..?
– As evidências são que o sindicato dos professores assinou o compromisso de negociar a recuperação, nos termos da alinea “a” (ou seja negociar o tempo).. e agora não quer negociar.
É obvio que este ponto está convenientemente omitido neste manifesto..
Contudo.. aplaudem este comportamento.
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Subscrevo, apoio, assino e tudo.
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Muito Obrigada a todos pelo vosso trabalho!
Repor a verdade e informar.
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Subscrevo!
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Paulo Guinote, a minha dívida para consigo e para com todos os promotores da ILC e, agora, do Manifesto é imensa. Não o digo como docente, mas como cidadã, como parceira intelectual que se vê imersa numa sociedade cada vez mais manipulada por mentiras, distorções da realidade, calúnias e atentados à honra daqueles que ainda ousam pensar e falar. O jogo está viciado e o regime está podre. Ainda nos vale a vossa voz pública, porque a privada cabe a cada um de nós fazê-la ouvir. Bem haja a todos.
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Subscrevo.
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