E teremos exemplos destes e destes (de desrespeito pelas leis quando não dão jeito e de uso dos dinheiros públicos como se fossem lá de casa) em cascata. São excepções? Não, infelizmente, não são. São a regra, felizmente, não. O problema é exactamente esse. Não há uma regra. Há uma mistura enorme de situações e é um risco enorme transferir mais competências para muita gente que se especializou, em dado momento, na criação de empresas municipais para multiplicar cargos, senhas de presença, ajudas de custo, etc, etc. Se eu desconfio do poder local? Depende. Conheço autarquias exemplares e outras que são uma lástima e é um erro clamoroso tratá-las a todas da mesma forma. Misturar gente dedicada e com enorme sentido de serviço público com oportunistas e caciques ao pior estilo de um outrora que permanece. Mas o grande pacto educativo do alijar de responsabilidades para os poderes locais como forma de atomizar “soluções” e fragmentar contestações abarca quase todo o espectro político, só se safando quem não tem grandes clientelas locais a alimentar.