Dia 7 – Definir Limites

Os tempos de emergência que vivemos, que alguns anunciam como a “oportunidade” para estabelecer um “novo paradigma” educacional, têm vindo, dia após dia, a tornar-se cada vez mais exigentes e, sublinho-o, abusivos na forma como entraram pelo espaço doméstico e pelo tempo privado dos professores.

(continua no Educare… mais em força do que em jeito…)

diario

20 opiniões sobre “Dia 7 – Definir Limites

  1. Por falar nisso, hoje vou ter que ficar agarrado ao computador das 2.30h às 18.25h, porque vai haver uma série de testes para preparar as reuniões de avaliação.

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  2. Também fico de boca aberta com a histeria em que andam muitos dos nossos colegas, a falarem desta situação com enorme deslumbramento e a referirem-se a ela como um «desafio que todos deveríamos abraçar»…

    Anda tudo louco! E já se sabe que a classe docente é, na sua globalidade e infelizmente, muito fraca mesmo… Contra mim falo…

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  3. Na próxima semana, grande parte, senão mesmo todas as escolas, começarão as reuniões com as plataformas mais inusitadas. Não vai haver net que aguente. Hoje, numa escola, durante a manhã, estiveram a fazer reuniões-teste, sic!, para ver se coiso e tal. Caiu várias vezes pois o Google Form aguenta 40 minutos no máximo e lá voltaram a reiniciar. O que deveria ter demorado meia hora para teste, demorou duas horas para cada reunião. Mais: nenhum professor tem que ter computador com câmara e desenrascar-se à pressa para fazer bonito a lançar notas sem se saber, se serão as definitivas do ano, se haverá reuniões de terceiro período e com base em quê, e nessa mesma escola é pedido ao directores de turma que se desloquem posteriormente à escola para imprimir a pauta e assinar a dita! Fica aqui a denúncia até porque deve haver mais casos iguais ou ainda mais inventivos de devoção ao Ministério que temos.

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  4. Acho engraçado, esses que abraçam entusiasticamente este admirável mundo novo das oportunidades fazem-no com tanta força que quase o afogam! Limitam-se a transpor as burocracias do papel para o digital, desde calendário de reuniões apertado e igual como se estivéssemos na escola, e essa de irem imprimir as pautas é do mais ridículo!!! Se já colocamos notas nas plataformas era só o que devíamos fazer agora, arranjando formas de discutir os casos mais complicados.
    Depois há quem de facto deva sofrer de um grande complexo de inferioridade e veja aqui uma oportunidade de se evidenciar, de achar que está a contribuir imenso para a sociedade sacrificando o seu material, o seu computador, a sua privacidade e a dos alunos. Há ainda os que acham que quem se queixa da situação actual é porque não quer trabalhar e quer ficar em casa a ganhar o salário por inteiro, sem nada fazer! Fico chocada porque acho que são pessoas que só vêem acima do pedestal onde se colocaram, só conhecem a sua situação e estão mais preocupadas com elas próprias e em afagarem o seu ego do que em garantir que todos os alunos e situações sejam pensados e ajudados e no facto de apesar de estarmos numa situação anormal não deixámos de ter um ministro da educação e secretários de estado que continuam a ser pagos para se inteirarem da situação e de apresentarem as melhores soluções que não passem por cada um fazer da sua maneira!
    Copio para aqui o que vi hoje num grupo de professores:
    “Os enfermeiros e os médicos estão a pedir condições para se protegerem de uma doença que é mortal! Está a querer comparar???? A maior parte de nós ao ficar em casa teve um “aumento” de salário. Eu por exemplo, só o que poupo em gás e portagens num mês dava-me para pagar a internet do ano inteiro e ainda sobrar. Concordo plenamente com a colega em todos os pontinhos do artigo.”

    “Sara Pereira Parabéns pelo excelente texto. Há dias que ando a pensar escrever algo do género para ver se os professores param de reclamar e percebem a “sorte” que têm neste momento tão duro para o país e para o mundo. Muito sinceramente te estou farta de tantas lamurias. Existe muita gente na frente de batalha a precisar de tanta coisa que todos os nossos problemas se tornaram tão irrisórios que chega a ser um falta de respeito para quem está a fazer o impossível para salvar vidas. Deixem as lutas para outra altura e façam o que puderem ninguém nos irá exigir mais que isso concerteza.”

    “Boa tarde.

    Peço desculpa se ferir suscetibilidades, mas não estou a compreender a indignação de alguns (bastantes) professores relativamente ao teletrabalho.
    Tanto pedimos (eu inclusive) para as escolas serem fechadas, por serem focos de contágio, e agora reclamamos por termos que trabalhar em casa, através do computador? Por não termos, e passo a citar, “computadores fornecidos pelas escolas, Internet gratuita, formações no âmbito das TIC e outros subsídios de apoio?”
    Somos das poucas classes com direito a receber 100% dos salários, mesmo ficando com filhos menores em casa (não é o meu caso, mas tenho um irmão de 3 anos de quem tomo conta), tendo na maioria dos casos facilidade de gestão de horários…
    Continuamos a receber subsídio de alimentação, precisamente para apoiar em despesas extra em casa, ainda que deixemos de gastar gasolina e de desgastar o carro, em alguns casos até rendas extra de arrendamento…
    Entretanto, o problema já eram os alunos sem acesso à Internet e computadores. Problema bastante pertinente, até. Com todo o meu apoio. O ministério está a tentar encontrar uma solução via CTT. E pumba. Caem outra vez os professores, porque aí jesus, quem é que vai pagar impressões e quem é que vai pagar selos e quem é que vai pagar envelopes…
    Nada está bem para os professores e estas indignações todas em massa à medida que são referidas possíveis soluções dão para fora a ideia de que os professores só não querem trabalhar. Aliás, às vezes essa ideia não vai só para fora. Eu própria já pensei se seria esse o caso.
    Esta pandemia não tem antecedentes. Não temos como arranjar soluções perfeitas no momento. Mas nós, como professores, como classe que merece o respeito que não tem, não estamos a ajudar com estas reações…
    Queremos ou não queremos ser inclusivos?
    Desculpem o desabafo,mas acho que muitos de nós temos que refletir sobre estes assuntos. Nomeadamente agora, que a inclusão ultrapassa a sala de aula.”

    Arghhh!

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    1. Aí sério…..que classe de M…a não sabem o que querem, só se queixam-se francamente….vai fazer voluntariado para os hospitais,centros de saúde dei la mas deixem de conflitos e arranjarem problemas…..não entendo o que pretendem.

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  5. A última vez que fiz Sumários foi no dia 13-03-2020.
    Há escolas em que os colegas estão a fazer sumários de hora a hora?!!! E se a Net falhar…, o professor tem falta? Como justifica essa falta?

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  6. Quando as coisas apertam vem à tona “o melhor” de cada um. No tempo da lurditas, com tanto entusiasmo que por aí se manifestou, escrevi algures (“carta” publicada num jornal nacional, em papel), que os piores inimigos dos professores estavam entre os professores. Fui trucidado, o que me mostrou que estava certo. Assistimos agora a um reforço, talvez decisivo, desse inimigo (sem aspas) interno. Está efervescente o brilhante futuro digital, esse mundo novo flexível e inclusivo que esta crise veio acelerar (veja-se como exemplo o entusiasmo transbordante do sr. director do EPIS e os imensos especialistas em educação como psicólogos, nutricionistas conselheiros sentimentais e outros…). As mentes brilhantes e muito à frente que já não conseguem interagir com os colegas na sala de professores porque estão sempre agarrados ao zingarelho, que inundaram com fichas, vídeos e bonecada diversa os (poucos) miúdos que por estes dias ficaram agarrados ao computador achando piada por dois ou três dias à nova situação, que não sabem dar uma aula quando o projector da sala avaria, que vislumbram o futuro num ecrã de 3 ou 4 polegadas, onde vêem claramente visto a possibilidade, finalmente, de correr com os recursos obsoletos – ou seja, os professores que se recusam a ver os seus alunos como bonecos do pokemon – merecem-me tanto respeito como aqueles(as) que andam ali em baixo na marginal a passear os calções de lycra muito à frente, que lhes apertam os entrefolhos e por isso o restito dos neurónios, sem esquecer os últimos nyke air ainda mais à frente, que os fazem sentir nas nuvens, enquanto a generalidade do pessoal está respeitosamente em recolhimento. Ou seja, nenhum! E o ministério da educação a assistir, enquanto prepara o protocolo com os CTT, com reforço dos carteiros – coisa ainda mais à frente – para levar as fichas, em papel, a casa dos meninos. Falta saber se com aviso de recepção!

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  7. Sou muitas vezes repetitiva, aqui no Quintal. Passo a vida a agradecer. Pode parecer falsa humildade. Desculpem, não é essa a minha intenção. Agradeço as partilhas do Paulo e as vossas. Agradeço o trabalho do Paulo, porque nos dá voz. Aqui não me sinto sozinha. Leio-vos e sinto-me aliviada. Às vezes nem comento, porque está tudo dito. Tal como agora.
    As minhas opiniões, no contexto escolar, incomodam. Sei que alguns até concordam, mas só me dizem que não vale a pena falar e alinham em tudo sem visão crítica.
    Aqui sinto-me normal.
    Por estes dias, muitos dos nossos colegas julgam ter descoberto a «pólvora». Espero que não estejam a «dar tiros nos pés».

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  8. No meu agrupamento não se escrevem sumários desde que as escolas foram encerradas. Que idiotice marcar presença hora a hora!!! E depois de muito meditarmos na logística da coisa, a coisa ficou decidida assim: os professores enviam um trabalho por semana, por disciplina, à segunda-feira, para ser realizado até sexta-feira. Queremos que os alunos mantenham o fim-de-semana. Usamos a plataforma Classroom, que alguns de nós já usávamos, e está a correr tudo bastante bem, pelo que sei. Estamos a tentar ultrapassar algumas carências em termos de computadores e de net… a ver se não usamos os carteiros… eheheh

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