E Depois?

O manifesto que ontem foi divulgado com o patrocínio de quinze blogues e a coordenação do Alexandre Henriques do Com Regras já foi assunto de pequenas notícias no Público e Expresso. Como em outras alturas do passado quando autores de blogues se juntaram em posições comuns, discute-se sempre o que pode ser feito depois. O Alexandre já avançou por esse caminho. Apesar de ser um natural céptico, calejado por períodos de esperança que deram em pouco, tanto por impossibilidade de consensos como por surdez militante dos potenciais interlocutores, não gostaria de deixar de enunciar as três causas que acho fundamentais, na perspectiva de um professor de base e não de alguém que observa tudo da estratosfera sistémica e que acha tudo isto muito corporativo.

  • Redignificação (material e simbólica) da carreira docente, porque isto de andar a “virar frangos” uma década com os pés congelados quase o tempo todo pode ser muito útil para ajudar a pagar bancos, mas cansa.
  • Fim do processo de (inter)municipalização da educação, porque a canalização das verbas europeias não pode justificar todas as competências a transferir para as autarquias além das construções escolares.
  • Flexibilização do modelo de gestão escolar, voltando a contemplar lideranças colegiais e processos democráticos de escolha das lideranças intermédias.

Como fazer isso, como colocar estas questões na agenda do debate em Educação? Isso é todo um outro campeonato de que se falará mais por diante, revisitando velhos territórios.

sindicatooo

4 opiniões sobre “E Depois?

  1. De acordo quanto às causas das reivindicações.

    Mas há um outro assunto que eu nunca vi ser discutido e me parece que pode ser a altura de pensar: professores de EMRC (ou de outra confissão).
    Porque carga de água é que o Estado (nós todos), sendo laico, tem de andar a pagar ordenados a esta gente?
    Mas não atravessámos tempos de crise?
    Não foram despedidos milhares de colegas porque os horários dos que ficaram aumentaram e eles já não “cabiam” nas escolas?
    Mas o Estado não é laico?
    Se a igreja quer intoxicar as crianças com histórias da carochinha e outras inutilidades estupidificantes, porque não é a igreja a pagar os ordenados a essa gente?
    Porque é que eu não progrido na carreira e para estes palhaços há sempre dinheiro?
    Já pensaram em quantos milhares destes parasitas existem nas escolas de todo o país? E somos nós, crentes ou não, que lhes pagamos o ordenado. Até quando? Acho esta situação vergonhosa.

    (escrevo “igreja” com minúscula, não por erro mas porque me não merece o mínimo respeito)

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