A ver se percebo…
Quando se fecharam escolas públicas e encaixotaram alunos em mega-agrupamentos, quando se congelou a carreira docente, quando se reduziram apoios sociais às famílias dos alunos carenciados, quando se estreitaram as possibilidades de apoio a alunos com necessidades educativas especiais, quando se reduziu o número de professores em exercício na ordem das dezenas de milhar, estava-se a racionalizar a despesa, a combater desperdícios, a contrariar privilégios, a seguir a lógica do retrocesso demográfico e a defender o interesse dos contribuintes.
Quando se anuncia a possibilidade de não renovar alguns contratos de associação com instituições privadas na área da Educação trata-se de um radical ataque ideológico e de uma afronta à Igreja (que nem deveria ser para aqui chamada)?
Esta reacção descabelada das hostes da direita ao simples cumprimento da LBSE ilustra à saciedade esse efeito mistificatório da ideologia – tentar confundir as razões verdadeiras que sustentam o discurso dos actores sociais: a direita defende simplesmente os interesses dos grupos privados do ensino -, denunciado, antes de mais, pelo velho Marx, e desenvolvido por autores (mormente Gramsci, Althusser, Lukács) que os ideólogos da direita, afinal, bem gostam de estudar.
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Ou de como a “racionalização económica” ou o “ajustamento” não passam de construções ideológicas…
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Eram as “gorduras” do Estado. Agora, é a liberdade que está em causa….
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Pois. Certas medidas são consideradas medidas racionais e de boa gestão, se adotadas pela iniciativa privada. Se as mesmas medidas são aplicadas pelo Estado, são consideradas economicistas, radicais e diabolizadas. E vice-versa.
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Na muche !
Como couberam tantas verdades num texto tão curto ?
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Difícil de perceber, realmente.
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Há que criar nas urnas condições para uma revisão constitucional que proclame de vez a Escola pública com uma função nuclear do Estado e como tal só a cargo do Estado. A partir daí, a Escola é de acesso universal e a cargo dos melhores nas vertentes humanas, pedagógicas e técnico-científicas. Passa a ser uma função soberana pois corresponde à afirmação de um Estado milenar, cujos seus pressupostos jurídico-políticos e humanos ficam reforçados e permitem dar um exemplo a quem nos queira seguir, sendo certo que parece-me que já não seremos pioneiros neste paradigma.
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Basta ler e aplicar a Constituição. Maria Helena
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Paulo, mais uma vez acertou “na mouche”!!!
Que bom estar de volta!!!
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Basta ler e aplicar a Constituição. É fácil. Maria Helena
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